Vi, num desses tele-noticiários especializados em economia que um dos critérios para medir a atividade industrial é a produção de papelão ondulado. Isso mesmo, aquele papelão das caixas de televisores, máquinas de lavar, etc. A lógica é assustadoramente simples: se aumenta a produção de papelão quer dizer que mais caixas estão sendo feitas para mais produtos que estão sendo produzidos pela indústrias de um determinado país. Parece que no Brasil ainda se produz muitas e muitas caixas... é o que imagino!
Ontem, assistindo um noticiário da RAI, fiquei sabendo que o país da bota pode receber - após a saída do patético-midiático Berlusconi - um empréstimo tampão recorde do FMI - uma bagatela de alguns bilhões de euro. Nada de inusitado numa crise que derruba um país atrás do outro, como se fossem peças de dominó. Esse empréstimo poderia fazer parte do roteiro de um filme intitulado Aspettiamo la bancarota!
Fiquei impressionado com as previsões europeias: uma crise que se estenderá até 2015! E alarmado: "socorro!", temos imensas dívidas para pagar agora que nos tornamos um país play-ground global com a Copa2014 e a Olimpíada2016!
Fiquei impressionado com as previsões europeias: uma crise que se estenderá até 2015! E alarmado: "socorro!", temos imensas dívidas para pagar agora que nos tornamos um país play-ground global com a Copa2014 e a Olimpíada2016!
Mas o que crise, economia e caixas de papelão tem a ver? Não sou economista. Sou curioso e observador! O meu critério de análise da conjuntura econômica internacional é bem mais bairrista e modesto. Explico melhor: ao lado da estação Parada Inglesa do metrô tem uma ruazinha apertada, é um ponto de embarque e desembarque de que vem de carro para pegar o metropolitano. No início do ano, só tinha uma barraquinha de cachorro-quente. Agora, multiplicaram-se barracas de comidas, de filmes piratas, de produtos Made in China. Das duas uma, ou o micro-negócio está florescendo, ou a crise brava está batendo a nossa porta! Creio mais ser o segundo caso. Olha a loucura que virou o bairro do Brás: episódicos focos de guerrilha civil e vandalismo, enfrentamento constante entre vendedores ilegais, lojistas e a nossa PM (que dispensa apresentações).