28.11.11

devaneios tolos: liberdade e voo...



A duras penas descobri que a liberdade está intimamente ligada à leveza. Isso me faz recordar uma música que me acompanhou numa remota fase da minha vida, Ilex paraguariensis (Engenheiros do Hawaii). Diz a letra: "hoje eu acordei livre / não devo nada a ninguém / não há nada que me prenda".

Gastamos boa parte da vida nos preocupando com aparências, com a opinião dos outros, com "o que vão falar?", com "eu não esperava isso ou aquilo dele!". Tempo demasiado com detalhes, com delicadas prisões, com aprisionamentos voluntários. Poucas vezes nos sentimos além do bem e do mal, além de dívidas mesquinhas, além das máscaras que usamos todos os dias. Poucas vezes olhamos o precipício como um campo de decolagem, preferindo vê-lo como desgraça iminente. 

Leveza e liberdade formam um binômio indissolúvel. Lembra aquela pessoa que anda pelo corredores sem se importar com convenções sociais, com opiniões alheias, com aprovações, com aplausos. Anda aprendendo com a vida, reconhecendo suas fraquezas, brindando sua altivez, dialogando com os outros. Em outras palavras, vivendo! E não se arrastando pela vida.

A duras penas aprendi muito com a leveza e com a busca da liberdade interior. Sofro ainda com as amarras que me prendem ao chão, que me impedem de voar. Sei que não sou livre - e quem o é? Mas uma coisa já aprendi: rir de mim mesmo e esboçar um sorriso cínico para a boçalidade que insiste em criar amarras para quem quer... simplesmente voar.