Em todas as festas ela está presente. Sempre prestativa, trata de arrumar a mesa, preparar os quitutes, cuidar do assado, pajear as crianças. Ela é a candura em pessoa. No entanto, no seu íntimo arde uma inveja descomunal. Queria ter casado, queria fazer todos aqueles agrados a uma família que tivesse saído de suas entranhas. Era solteira e sentia-se largada, preterida, abandonada, enxotada.
Discretamente, enquanto todos se divertiam pelos corredores da casa, cospe na panela com caldo fervente. Uma discreta alegria esboça-se em seus lábios, uma débil vingança é posta em prática.