26.12.11

realidades inventadas: o velho num parque da paulista...

Escolheu cuidadosamente um banco de concreto no parque. Titubeou um sentar macio com ajuda de sua onipresente bengala. Abriu ruidosamente uma surrada sacolinha de supermercado. Sacou um livro e começou lê-lo, fazendo breve anotações nos cantos da página. Exibia um áurea intelectual em meio a toda aquela juventude que apenas exercitava seus peitorais e bíceps. Sua aliança, devidamente reluzente na mão esquerda, simbolizava uma fidelidade que nem a morte havia alterado. O tempo passava diante de seus olhos lúcidos, o tempo corroía suas carnes, suas juntas, sua pele... no entanto, sua mente não.