Sentou-se num assento no fundo do ônibus. Desligou o celular, já não queria nenhuma preocupação. Lançou um olhar perdido pela janela, durante todo o percurso. Tantas amolações passavam por sua mente: contas para pagar, as constantes traições de seu esposo, a festinha de fim de ano com as amigas da firma, a roupa branca do réveillon, a troca da fechadura da casa de praia, o vazamento no banheiro das crianças...
O olhar se mantinha atento no horizonte. O malabarismo mental parecia não ter fim. Acabou passando de seu ponto de chegada. Mais uma amolação para meditar.